Quando o web3 gaming entrou em cena pela primeira vez, a proposta era clara e empolgante. Os players finalmente donos dos seus digital assets. Os games seriam construídos em plataformas descentralizadas, livres do controle corporativo. Economias impulsionadas pela comunidade substituiriam os modelos de monetização extrativos. No papel, parecia o futuro dos games.
Mas esse futuro não chegou. O que chegou foi uma lista crescente de projetos zerados no fracasso, comunidades abandonadas e players desiludidos. Só no primeiro semestre de 2025, vários grandes nomes do web3 gaming já deram PT — Nyan Heroes, MetalCore, Tatsumeeko, Ember Sword, Blast Royale, Junglexyz, Mystery Society e Battlebound entre eles — só pra citar alguns. Não eram projetos obscuros; eram bem financiados e hypados pra caramba. E ainda assim, colapsaram.
Web3 Gaming Precisa de um Reset
Então, o que rolou? A verdade dura é que o web3 gaming, do jeito que foi perseguido até agora, foi construído em bases bambas — mais hype do que gameplay de verdade, mais engenharia financeira do que design de game. Se a indústria quer sobreviver, quiçá explodir, não basta melhor execução. Precisa de um reset total.

Web3 Gaming Precisa de um Reset, Não de um Novo Roadmap
A Promessa de Ownership Foi Vendida Demais
Uma das promessas mais gritadas no web3 gaming é a ideia de digital ownership. Compra um item in-game e é teu pra sempre — diferente dos games tradicionais, onde o conteúdo é só licenciado. Mas na prática, o web3 falhou feio nisso. NFTs off-chain ou que dependem de game logic centralizado viram nada quando o game fecha. Não são assets; são IOUs digitais que somem com os servers.
Isso não é só problema técnico — é quebra de trust. Se os players não controlam de verdade seus assets, o que o web3 tá oferecendo? Developers precisam commitar com on-chain logic e interoperability desde a base, senão a promessa de ownership vai continuar vazia.

Web3 Gaming Precisa de um Reset, Não de um Novo Roadmap
Token-First Fez Mais Mal do que Bem
Outro problemão é como tantos web3 games colocaram tokenomics na frente do gameplay. Modelos de negócio inteiros giram em torno de lançar tokens cedo, gerar buzz e atrair speculative interest. Mas isso raramente leva a games sustentáveis. Em vez disso, incentiva short-term thinking e economias insustentáveis — sistemas que dependem de novos players comprando pra manter os atuais farmando rewards.
A gente viu o que rola quando isso quebra. O colapso do valor do token de Axie Infinity foi um alerta vermelho. Mesmo assim, muitos projetos seguem o mesmo padrão, priorizando fully diluted market caps e token hype em vez de valor duradouro. A próxima fase do web3 gaming tem que inverter isso. Gameplay first. Tokens, se existirem, pra apoiar a experiência do player — não como speculative asset class.

Web3 Gaming Precisa de um Reset, Não de um Novo Roadmap
Regulação Não é Opcional pro Crypto Gaming
A falta de clareza regulatória no web3 gaming não só complica a vida dos devs — cria um sistema frágil e imprevisível pra todo mundo. Muitos games operam em zonas cinzentas legais, arriscando violar leis de securities ou regs de gambling sem nem entender as consequências.
Isso não vai sumir sozinho. Se o web3 gaming quer ser levado a sério, tem que abraçar compliance. Isso significa buildar sistemas que considerem realidades legais desde o dia 1, não tratar regulação como afterthought. O surgimento de infra providers como Genesis Engine, que lidam com esses desafios pros devs, é um passo promissor. Mas também mostra o quanto a maioria dos projetos patinou nisso.
Security Não é Questão Técnica, Mas de Reputação
Falhas de security no web3 gaming são vistas como azar, mas inevitáveis. Essa mentalidade precisa mudar. Hacks, exploits e phishing não machucam só projetos individuais — detonam a credibilidade de todo o espaço. Quando players perdem funds ou accounts por issues evitáveis, reforça que web3 é inseguro e não pronto.
Muitos desses problemas são evitáveis. Práticas básicas como audits de terceiros, wallet integrations seguras e UIs claras ainda faltam em tantos titles. Enquanto isso não virar obrigatório, o blockchain gaming vai continuar na luta uphill contra a percepção pública.

Web3 Gaming Precisa de um Reset, Não de um Novo Roadmap
A User Experience Ainda Tá Muito Fragmentada
Pra web3 gaming alcançar um público maior, precisa parar de fazer players pularem hoops só pra começar. Hoje, o onboarding inclui setup de crypto wallet, comprar tokens, bridge de assets entre chains e navegar UIs desconhecidas — antes mesmo de apertar 'Play'. Compara com baixar um game no Steam ou console. O contraste é brutal, e tá custando users pro web3 gaming. A falta de uma plataforma unificada e game-first é um problema gritante.
Investidores Precisam Repensar as Prioridades
Venture capital impulsionou o web3 gaming, mas nem sempre com sabedoria. Muitos funds correram atrás de projetos chamativos com promessas gigantes, trailers slick e celebrity advisors. Enquanto isso, infra fundamental — o trampo boring mas essencial — fica ignorado. O resultado é um ecossistema onde style vence substance. Isso precisa mudar.
Se o web3 gaming vai amadurecer, investors têm que valorizar compliance, security, backend reliability e economias sustentáveis — não só tokenomics marketáveis ou résumés de AAA studios. Plataformas como Genesis Engine existem porque o espaço precisa desesperadamente de infra confiável. Mas projetos assim vão continuar sofrendo pra funding até a mentalidade de investimento mudar.

Web3 Gaming Precisa de um Reset, Não de um Novo Roadmap
É Hora de Buildar pro Longo Prazo
Web3 gaming não morreu — mas a versão construída em speculation e shortcuts sim. O que vem agora tem que ser diferente. Focar em games que a galera quer jogar mesmo sem incentives financeiros. Criar economias balanced, duráveis e transparentes. Definir ownership de forma técnica e legalmente real. Ainda tem potencial na ideia de players donos dos seus digital goods. Ainda tem valor em interoperable game assets e decentralized economies. Mas nada disso rola se a base for instável.
A indústria precisa de menos hype e mais paciência. Menos papo de revolução, mais responsabilidade. É hora de pausar, refletir e rebuildar — porque seguir o mesmo caminho só leva a mais fechamentos, mais losses e mais oportunidades perdidas. O futuro do web3 gaming ainda tá em branco. Mas pra dar certo, o próximo capítulo tem que ser ancorado no real, não só em rhetoric.



