O Web3 gaming continua bombando na indústria, mas nos bastidores, muitos projetos enfrentam desafios que raramente chegam às conversas públicas. Com base em discussões com centenas de fundadores, Matthew Buxton oferece uma visão sincera das realidades que moldam o cenário atual.
Suas observações destacam questões-chave — desde a tomada de decisões impulsionada por financiamento e métricas de engajamento inflacionadas até atrasos em lançamentos de tokens e uma lacuna notável entre o que é prometido e o que é priorizado. O resultado é uma perspectiva mais clara e realista sobre onde o web3 gaming se encontra — e para onde pode estar indo.

Principais desafios do Web3 Gaming
Principais desafios do Web3 Gaming
Matthew Buxton forneceu um resumo detalhado de dez observações-chave de conversas com centenas de fundadores de projetos de web3 gaming. Seus insights refletem o estado atual da indústria, moldado tanto por expectativas em evolução quanto por limitações estruturais persistentes.
A confiança muitas vezes vem de fora do gaming tradicional
Um dos padrões mais notáveis que Buxton identificou é que os fundadores mais confiantes no web3 gaming frequentemente vêm de backgrounds nativos da Web3 ou de indústrias não relacionadas, em vez do gaming tradicional. Essa tendência sugere que a confiança no espaço pode estar mais ligada à familiaridade com ecossistemas blockchain e mecanismos de arrecadação de fundos do que com o desenvolvimento de jogos em si.
Equipes Web2 entram na Web3 principalmente por financiamento
Buxton observou que muitas equipes em transição de empresas Web2 não se envolvem com a tecnologia Web3 por suas capacidades ou potencial técnico. Em vez disso, sua principal motivação é o acesso a oportunidades de financiamento disponíveis no ecossistema Web3. Isso indica uma abordagem de "financiamento em primeiro lugar", onde a integração de blockchain é muitas vezes secundária às considerações de capital.

Principais desafios do Web3 Gaming
A qualidade do jogo é mais discutida do que financiada
Embora a qualidade do jogo seja frequentemente mencionada em conversas sobre web3 gaming, Buxton observou que ela muitas vezes recebe suporte financeiro mínimo. Enquanto os stakeholders comumente enfatizam a importância de entregar experiências de jogo polidas, o investimento real no desenvolvimento tende a ficar atrás de outras prioridades, como marketing e estratégia de token.
Estratégias de investimento priorizam visibilidade em vez de jogadores
Buxton descreveu o que ele chama de "dança da Web3", onde os projetos se concentram menos em atrair jogadores reais e mais em chamar a atenção de empresas de venture capital, launchpads e exchanges centralizadas. Nesse contexto, Key Opinion Leaders (KOLs), aquisição de jogadores e construção de comunidade são frequentemente tratados como preocupações secundárias, com o interesse de investidores de curto prazo tendo precedência.
O engajamento é frequentemente artificial ou incentivado
Em contas de empresas de web3 gaming, Buxton descobriu que o engajamento é frequentemente gerado por bots ou impulsionado por sistemas de incentivo, como quests ou recompensas em tokens. Isso cria uma sensação inflacionada de atividade e interesse, mascarando o nível real de engajamento orgânico da comunidade.

Principais desafios do Web3 Gaming
Métricas sociais são enganosas, mas ainda influentes
Embora o número de seguidores e as métricas de redes sociais possam não ter correlação significativa com a qualidade do jogo ou a saúde da comunidade, Buxton apontou que essas métricas ainda têm um peso considerável entre os tomadores de decisão. Em muitos casos, aqueles com influência financeira no espaço dependem muito de indicadores superficiais, apesar de terem compreensão limitada do desenvolvimento de jogos ou da qualidade do produto.
Atrasos em Token Generation Events refletem restrições financeiras
Muitos projetos de web3 gaming atrasam seus Token Generation Events (TGEs) não devido a planejamento estratégico, mas porque não podem arcar com os custos associados. Buxton explicou que as limitações de financiamento são um fator chave nesses atrasos, embora atingir um TGE continue sendo um grande marco para a maioria das equipes e apoiadores.

Principais desafios do Web3 Gaming
TGE continua sendo um foco central para os apoiadores
A ênfase no TGE reflete o ambiente de financiamento mais amplo no web3 gaming, onde os marcos são frequentemente avaliados com base no progresso relacionado a tokens, em vez da prontidão do produto ou métricas de usuário. Para muitos apoiadores, o próprio TGE é visto como o objetivo principal, moldando tanto os cronogramas do projeto quanto a alocação de recursos.
Interações on-chain são priorizadas em vez do número de jogadores
Apesar das frequentes referências ao crescimento de usuários e engajamento de jogadores, Buxton observou que as empresas de venture capital e outros investidores tendem a avaliar projetos com base na atividade on-chain. Essas métricas, como interações de carteira ou transações de tokens, são frequentemente usadas como substitutos para o engajamento do usuário, embora possam não representar com precisão a retenção ou satisfação do jogador.

Principais desafios do Web3 Gaming
Uma indústria ainda buscando seu rumo
Os insights de Matthew Buxton oferecem um panorama revelador do estado atual do web3 gaming — um cenário onde incentivos financeiros, marcos de tokens e métricas superficiais frequentemente ofuscam o gameplay principal e o desenvolvimento sustentável. À medida que mais equipes entram no espaço, especialmente de backgrounds não-gaming ou empresas Web2 tradicionais, a pressão para atender às expectativas dos investidores continua a moldar a evolução dos projetos. Embora o potencial do web3 gaming permaneça significativo, a análise de Buxton deixa claro que um progresso significativo exigirá uma mudança de foco — de ganhos de curto prazo e aparências para valor de longo prazo e experiência do jogador.



