Arbitrum, a rede de camada 2 da Ethereum, está começando a fazer seu nome nos círculos de jogos. Embora seja mais conhecida por ajudar a escalar aplicativos blockchain, agora está sendo posicionada como uma opção real para desenvolvedores de jogos AAA. Em uma entrevista ao Decrypt, o CEO da Offchain Labs, Steven Goldfeder, disse que a flexibilidade do Arbitrum e o suporte para linguagens de codificação mainstream o estão tornando um forte candidato para equipes que desenvolvem jogos sérios.

Arbitrum Preparando o Terreno para o Web3 Gaming
Arbitrum Preparando o Terreno para o Web3 Gaming
A principal característica aqui é o Arbitrum Stylus. Essa ferramenta permite que os desenvolvedores escrevam smart contracts usando C++ e Rust, em vez de ficarem presos ao Solidity, a linguagem nativa da Ethereum. Para estúdios que já estão imersos na construção com engines como Unreal ou Unity, isso significa que eles não precisam reaprender tudo apenas para aproveitar os recursos web3.
Goldfeder vê isso como um grande passo para tornar a tecnologia blockchain algo que os desenvolvedores realmente queiram usar - não apenas algo que eles sintam que precisam descobrir.

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Primeiro o Jogo, Depois a Blockchain
Alguns desenvolvedores já estão usando o Arbitrum de maneiras que se parecem muito com o que grandes estúdios de jogos poderiam fazer no futuro. A Proof of Play lançou seu RPG on-chain, Pirate Nation, no Arbitrum antes de eventualmente migrar para sua própria rede, ainda alimentada pela mesma tecnologia. A Xai Games está adotando uma abordagem semelhante.
Este modelo de "começar em infraestrutura compartilhada e depois expandir" não é apenas uma coisa de jogos. Robinhood está fazendo o mesmo com sua plataforma de ações tokenizadas, usando Arbitrum para construir uma camada 2 personalizada da Ethereum. Goldfeder diz que tudo se resume à flexibilidade - dar aos desenvolvedores espaço para construir e escalar no seu próprio ritmo.
Ele também deixou claro que os jogos no Arbitrum não precisam ter o crypto como foco principal. "É primeiro o jogo, depois a blockchain", disse ele. A parte da blockchain apenas adiciona funcionalidade nos bastidores, sem atrapalhar a experiência.

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Grandes Estúdios Ainda na Expectativa - Por Enquanto
Ubisoft e Square Enix estão entre as poucas editoras tradicionais que experimentam a blockchain. Captain Laserhawk: The G.A.M.E. da Ubisoft foi um passo além, introduzindo agentes controlados por IA ligados a NFTs que podem votar e governar dentro do mundo do jogo. É um vislumbre inicial de como os sistemas de jogo poderiam evoluir on-chain, mas ainda é a exceção, não a regra.
A maioria dos grandes nomes não entrou na onda. A Rockstar Games baniu NFTs e crypto dos servidores de GTA V, e não há sinal de blockchain em nada oficial sobre GTA VI. Microsoft e Mojang adotaram uma postura semelhante com Minecraft, banindo integrações de tokens em servidores da comunidade.
Por outro lado, a Sony lançou sua própria rede de camada 2 da Ethereum, Soneium, construída usando a stack da Optimism. Recentemente, lançou uma incubadora de aplicativos de jogos apoiada pela Astar Network e Startale Cloud. Então, embora o espaço ainda esteja fragmentado, o movimento está acontecendo.

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Arbitrum Gaming Ventures Está Apostando Alto
Para dar mais suporte aos desenvolvedores, a Arbitrum DAO lançou a Arbitrum Gaming Ventures em maio. O fundo comprometeu US$ 10 milhões para sua primeira onda de projetos, incluindo Proof of Play e Xai Games. A ideia é garantir que os estúdios que constroem no Arbitrum tenham os recursos necessários para escalar sem abrir mão do controle.
Esse tipo de financiamento pode ajudar a diminuir a lacuna entre o potencial dos jogos blockchain e sua realidade atual. Ao apoiar projetos reais com equipes reais, a Arbitrum está tentando mover a conversa de whitepapers e hype para algo que realmente funciona.

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A Conclusão
O blockchain gaming ainda tem um longo caminho a percorrer, especialmente quando se trata de conseguir que grandes editoras entrem a bordo. Mas ferramentas como o Arbitrum Stylus estão ajudando a diminuir a barreira de entrada, dando aos devs acesso a linguagens familiares e infraestrutura mais flexível.
No momento, Arbitrum não está se apresentando como a única resposta. Está apenas tentando facilitar a construção. E se o objetivo é trazer jogos com qualidade de web2 para o mundo web3, isso pode ser exatamente o que o espaço precisa.


