Donkey Kong Bananza é um platformer ousado e enérgico que leva a série a uma nova era com uma visão clara e muita personalidade. Ele consegue misturar o design old-school de collectathon com ideias modernas de jogabilidade, resultando em algo que parece familiar e fresco ao mesmo tempo. Isso não é apenas uma repetição dos jogos anteriores de Donkey Kong, mas uma evolução completa em 3D que assume riscos, a maioria dos quais dá certo.

Jogabilidade
O maior ponto forte de Bananza é seu design de níveis. Cada ambiente é construído em torno de uma ideia central forte e repleto de elementos interativos que recompensam a exploração e a experimentação. A deformação do terreno é um recurso destaque. Ser capaz de socar paredes, cavar túneis e remodelar o ambiente dá ao jogo uma sensação de fisicalidade que vai além da fórmula típica de pular e correr. Isso incentiva constantemente o jogador a interagir com o mundo em vez de apenas atravessá-lo. Isso sozinho já dá uma vantagem sobre muitos platformers modernos.
Bananza se beneficia de mecânicas de movimento sólidas. Donkey Kong parece pesado, mas ágil. As transformações, como o barril-foguete e a carga de rinoceronte, são divertidas de controlar e são introduzidas em um ritmo adequado. O co-op com Pauline funciona bem, oferecendo uma mistura agradável de resolução de quebra-cabeças e travessia compartilhada sem desacelerar o jogo. O modo DK Artist, que permite que os jogadores desenhem e construam objetos com bananas, é uma adição divertida que adiciona mais personalidade à experiência sem parecer uma distração.

Visualmente, Bananza é uma vitrine para o Switch 2. A iluminação, a paleta de cores e o trabalho de animação acertam em cheio. Os personagens parecem expressivos, e os ambientes transmitem vida e camadas. O jogo abraça suas raízes cartunescas, mas ainda assim impressiona tecnicamente. Dito isso, o desempenho não é perfeito. Há quedas ocasionais de taxa de quadros, especialmente nas seções mais abertas e destrutíveis, e a câmera pode ser frustrante em áreas apertadas ou subterrâneas. Esses problemas são perceptíveis e, embora não estraguem a experiência, interrompem o fluxo suave da jogabilidade em alguns momentos.

Onde Bananza falha mais é no design de inimigos e encontros com chefes. O combate é divertido no início, especialmente quando combinado com a destruição ambiental, mas os tipos de inimigos são limitados e se repetem com frequência. As lutas contra chefes são visualmente criativas, mas tendem a seguir padrões previsíveis. Algumas delas parecem depender mais de espetáculo do que de mecânicas. Um pouco mais de variedade ou surpresa no comportamento dos inimigos teria ajudado muito a manter a jogabilidade momento a momento fresca ao longo de todo o jogo.
Também há momentos em que o ritmo do jogo parece irregular. Algumas seções estão repletas de coisas para fazer, enquanto outras se estendem um pouco, especialmente se você estiver buscando 100% de conclusão. O formato collectathon pode ficar repetitivo se você não estiver totalmente a bordo com esse estilo de jogo.

Análise
Ainda assim, Donkey Kong Bananza tem sucesso muito mais do que tropeça. É um passo confiante e criativo para a frente na série. Ele respeita o passado, mas não se sente preso a ele. Não tem medo de experimentar coisas novas, seja a deformação do terreno, a estrutura co-op ou os toques narrativos mais leves que dão um pouco mais de personalidade a DK e Pauline. Mesmo quando o jogo vacila, você pode sentir a intenção por trás de seu design.
Bananza não é um jogo perfeito, mas é memorável. Ele fica em algum lugar entre inovação e nostalgia, oferecendo um platformer com identidade clara e muito coração. Se você é fã de Donkey Kong, platformers em 3D ou jogos dispostos a arriscar criativamente, vale a pena jogar este.

